Nesta quarta-feira (28) a Prefeitura de Sento-Sé, por meio da Secretaria Municipal de Saúde/ Centro de Atenção Psicossocial (Caps), encerrou as ações alusivas ao Setembro Amarelo, com a realização de mais uma palestra sobre saúde mental na Policlínica Municipal. Entre os temas abordados durante a ação estiveram a prevenção ao suicídio, cuidado com a saúde mental, a importância da prática de atividade física e nutrição na prevenção a doenças.
Durante todo o mês, uma série de ações educativas foram realizadas nas unidades de saúde da sede e interior do município, a fim de conscientizar a respeito desse grave problema de saúde pública. “A campanha foi bastante produtiva e acredito que cumpriu com o objetivo de alertar a população sobre o suicídio, desmistificando-o como um tabu, e valorizando a vida”, avaliou a coordenadora do Caps, Thayane Castro, destacando que o trabalho de conscientização “vai continuar no CAPS, afim de acolher e oferecer os nossos serviços à população caso necessário”. Pontuou Thayane.
A manicure, Ana Paula Evaristo Silva, compareceu hoje à Policlínica para uma consulta ginecológica e aproveitou para prestigiar as palestras. Para ela foi um momento importante e de aprendizado. “Muito importante ações como esta, nos alerta sobre uma questão séria de saúde. Aprendi muito, principalmente sobre o uso inadequado de medicações e principalmente sobre como reconhecer os sintomas depressivos e suicida”, declarou Ana Paula.
Setembro Amarelo – é o mês dedicado à prevenção do suicídio. Trata-se de uma campanha, que teve início no Brasil em 2015, e que visa conscientizar as pessoas sobre o suicídio, bem como evitar o seu acontecimento.
O suicídio é uma triste realidade que atinge o mundo todo e gera grandes prejuízos à sociedade. De acordo com a última pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde – OMS em 2019, são registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo, sem contar com os episódios subnotificados, pois com isso, estima-se mais de 01 milhão de casos. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia.
Embora os números estejam diminuindo em todo o mundo, os países das Américas vão na contramão dessa tendência, com índices que não param de aumentar, segundo a OMS. Sabe-se que praticamente 100% de todos os casos de suicídio estavam relacionados às doenças mentais, principalmente não diagnosticadas ou tratadas incorretamente. Dessa forma, a maioria dos casos poderia ter sido evitada se esses pacientes tivessem acesso ao tratamento psiquiátrico e informações de qualidade.
Dados sobre suicídio – O suicídio é um importante problema de saúde pública, com impactos na sociedade como um todo. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde – OMS, todos os anos, mais pessoas morrem como resultado de suicídio do que HIV, malária ou câncer de mama – ou guerras e homicídios. Entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio foi a quarta causa e morte depois de acidentes no trânsito, tuberculose e violência interpessoal. Trata-se de um fenômeno complexo, que pode afetar indivíduos de diferentes origens, sexos, culturas, classes sociais e idades.
As taxas variam entre países, regiões e entre homens e mulheres. No Brasil, 12,6% por cada 100 mil homens em comparação com 5,4% por cada 100 mil mulheres, morrem devido ao suicídio. As taxas entre os homens são geralmente mais altas em países de alta renda (16,6% por 100 mil). Para as mulheres, as taxas de suicídio mais altas são encontradas em países de baixa-média renda (7,1% por 100 mil).
Mundialmente, a taxa de suicídio está diminuindo, com a taxa global diminuindo de 36%, diminuições variando de 17% na região do Mediterrâneo Oriental a 47% na região europeia e 49% no Pacífico Ocidental. Mas na Região das Américas, as taxas aumentaram 17% no mesmo período entre 2000 e 2019.
Embora alguns países tenham colocado a prevenção do suicídio no topo de suas agendas, muitos permanecem não comprometidos. Atualmente, apenas 38 países são conhecidos por terem uma estratégia nacional de prevenção do suicídio.