Problemas na safra brasileira e altos preços da commodity são os responsáveis pela queda
O maior importador de soja do mundo reduziu suas compras no mês de março e o Brasil tem responsabilidade nisso. Segundo dados da administração geral de alfândegas da China, o volume importado pelo país foi de 6,35 milhões de toneladas, uma queda de 18% em relação ao mesmo período no ano passado. São dois os motivos que explicam essa queda.
O primeiro se refere aos problemas enfrentados na safra brasileira, que sofreu com uma forte seca (especialmente na região centro-sul) e apresentou atrasos na disponibilidade da soja. Nesta época do ano, especialmente de janeiro a agosto, é quando o Brasil se torna o maior fornecedor de soja do mundo, com a produção recém-colheita e disponibilizada no mercado. No segundo semestre, os Estados Unidos ocupam esse posto.
Outro motivo que fez os chineses comprarem menos no mês de março foi a alta nos preços do farelo de soja. Isso fez com que as margens das indústrias chinesas ficassem mais apertadas na produção de rações e óleo. Assim, as fábricas reduziram o seu apetite pelo grão.
Em abril, o ritmo de exportações de soja pelo Brasil também parece estar abaixo do que aquele visto em 2021, segundo os dados oficiais. Isso também é um reflexo da menor disponibilidade de produto da safra que está sendo colhida, uma vez que houve uma quebra e é possível ver um posicionamento mais retraído dos produtores, que estão segurando o grão.
A expectativa é que os preços subam ainda mais. Um levantamento da consultoria SAFRAS & Mercado mostra que, até agora, os agricultores brasileiros comprometeram pouco mais que 56% da produção que está sendo colhida. No mesmo período no ano passado, o percentual vendido era de 67%.
Fonte:Revista Globo Rural / Foto:Reprodução