Soja: principais praças do país fecham julho com preço médio acima de R$ 110

Em Rondonópolis, por exemplo, o valor médio pago no mês subiu mais de R$ 10 por saca de soja. Já o Porto do Rio Grande registrou o maior preço do país

Os preços da soja seguem quebrando todos os recordes possíveis no Brasil. A razão, além do dólar elevado, é a falta de produto e a aquecida demanda pelo grão. Com isso, todas as principais praças do país fecharam o mês de julho com preço médio pela saca acima de R$ 110. Teve estado que viu, de um mês para o outro, uma valorização superior a R$ 10 por saca na média.

Segundo o analista de mercado da consultoria Safras Luiz Fernando Gutierrez, a falta de soja para negociar é o principal fator que está influenciando os preços no país, já que ainda há uma importante demanda interna e externa pelo grão.

“De fato, o mês de julho foi marcado por novas quebras de recordes nos preços. A diferença é que desta vez, o câmbio não tem sido o principal fator e até tem caído nas últimas semanas. O que irá sustentar os preços daqui para a frente é justamente a falta de oferta de soja. Isso eleva os prêmios e faz o preço subir no país e se sustentar em patamares elevados”, diz ele.

Bom, o maior patamar de preços já registrado no país em toda a história aconteceu no Porto de Rio Grande (RS), agora em julho, ao negociar soja a R$ 121 por saca. A média dos preços praticados no mercado disponível na região, também foi a maior do país e atingiu o impressionante patamar de R$ 118,5 por saca.

Vale ressaltar que em junho de 2020 a média de preços no porto gaúcho foi de R$ 110,5 e em julho de 2019, R$ 79,4 por saca. O maior patamar até então havia acontecido em 2018, quando o preços médio atingiu R$ 87,5 por saca.

“Olhando para o Rio Grande do Sul conseguimos ver bem essa distorção do mercado. Por lá, os preços estão ainda mais firmes devido a forte quebra nesta safra 2019/2020. O mercado interno está pagando preços muitos altos já que não há oferta”, diz o analista da consultoria Safras & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez.

Se de um lado o Porto de Rio Grande registrou o maior preço diário para a soja, por outro Rondonópolis (MT) apresentou uma das maiores altas nos preços médios entre junho e julho de 2020. O município deve fechar julho com uma média de preço para a soja R$ 109,9 por saca, contra os R$ 99,50 da média para junho. Ou seja, mais de R$ 10 de diferença e falando em valores médios para o mês.

Outra praça que mostra uma grande alta nos valores médios é Cascavel (PR), que fechará julho com preços médios na casa dos R$ 109,7 por saca, contra os R$ 103,3 por saca da média para junho. Chama a atenção também, em julho 2019 a praça negociava soja a preços médios de R$ 72,6 por saca. O recorde era de 2018, com uma média R$ 81,3 por saca.

“Agosto deve seguir essa tendência e preços em alta já que a oferta não aumentará e isso elevará os preços já que a demanda segue intensa tanto no Brasil, quanto no exterior. Aliás isso deve ser a toada até o fim do ano. O ano vai terminar com estoques mínimos mesmo”, afirma, Gutierrez.

Fonte:Canal Rural / Foto:Canal Rural