Suíca diz que “racismo é velado no estado”, rebate vereador de Feira e representa prefeitura de Juazeiro

O vereador e presidente da Comissão de Reparação da Câmara de Salvador, Luiz Carlos Suíca (PT), rebateu o vereador de Feira de Santana, Edvaldo Lima (MDB), por criticar a proposta da realização de uma solenidade para homenagear o Dia Municipal da Beleza Negra e ao Dia Municipal do Sacerdote e Sacerdotisa de Religião de Matriz Africana. Nesta quinta-feira (8), Suíca disse que “o racismo está instalado em todas as camadas sociais” e que na política tem visto inúmeros casos de “racismo velado e de intolerância religiosa cotidianamente”. Ele informa que representou a prefeitura de Juazeiro por racismo em peças publicitárias. Para o edil petista, esse aumento dos casos se deve ao fato do presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) incentivar esses crimes.

“Não tenha dúvida que a referência de Bolsonaro no poder é essa. Um grupo de racistas, homofóbicos, misóginos e intolerantes. Temos visto o crescente número de crimes cometidos contra negros. O racismo velado está em todas as camadas. Além desse caso em Feira de Santana, teve a prática de racismo institucional em peça publicitária da prefeitura de Juazeiro, que deixou a entender que somente negros levam o coronavírus para casa. Representamos esse caso ao Ministério Público da Bahia [MP-BA] e vamos cobrar punição e que as peças sejam retiradas no ar. No caso de Feira, o vereador calado é um poeta. Não conhece nem de história e não está sintonizado com os debates atuais”, critica Suíca. A medida criticada pelo emedebista foi aprovada na Casa Legislativa de Feira por ampla maioria.

No caso citado pelo vereador em Juazeiro, o documento encaminhado ao MP-BA lembra que o município aprovou e sancionou o Estatuto da Igualdade Racial e de Combate ao Racismo Religioso no ano passado. A lei nº 2.983/2020, é destinada a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, defesa dos direitos individuas, coletivos e difusos, o combate à discriminação e às demais formas de intolerância racial e religiosa. Um dos artigos, inclusive, se refere à política de comunicação social em atos, programas, obras, serviços e campanhas institucionais. “A gestão de Juazeiro deve se orientar por esse estatuto e prezar pelo princípio da diversidade étnico-racial e cultural, assegurada a representação justa e proporcional dos diversos segmentos raciais da população nas peças institucionais”, completa Suíca.