Tocantins proíbe aglomerações de cavalos; entenda por quê

Para ser exato, nenhum equídeo está liberado para cavalgadas ou provas equestres. E não tem nada a ver com a Covid-19. O problema é o mormo

Aglomeração é uma das palavras que se tornaram rotineiras em meio à pandemia da Covid-19. Nesta quarta-feira, 31, o governo do Tocantins publicou no Diário Oficial uma portaria que proíbe aglomerações, mas desta vez o alvo são os equinos. A medida não tem nada a ver com o novo coronavírus. O problema por lá são os casos de mormo.

Agência de Defesa Agropecuária (Adapec) suspendeu eventos equestres e aglomerações de equídeos (asininos, equinos e muares) nos municípios de Filadélfia, Nova Olinda e Taguatinga, e estabeleceu medidas restritivas em mais 11 municípios que fazem divisa.

O objetivo é proteger a sanidade do plantel tocantinense, além da população local, já que a doença também pode ser transmitida para humanos.

As restrições são necessárias para que as equipes da agência possam tomar medidas sanitárias para contenção dos casos positivos e investigar as áreas.

“O trabalho consiste na realização de exames consecutivos, num intervalo em média de 30 dias, em toda tropa dessas propriedades, para levantamento diagnóstico e a execução de outros procedimentos”, diz a responsável pelo Programa Estadual de Sanidade dos Equídeos da Adapec, Isadora Mello Cardoso.

Entre as ações que são realizadas, estão a investigação epidemiológica, incluindo avaliação da movimentação dos equídeos do estabelecimento pelo menos nos últimos 180 dias anteriores à confirmação do caso, para identificar possíveis vínculos epidemiológicos; realização de eutanásia nos animais que testarem positivo em dois exames; e a notificação de ocorrência de mormo às autoridades locais de saúde pública, por se tratar de zoonose.

Os municípios de divisa que tiveram a suspensão da ocorrência de cavalgadas, tropeadas e quaisquer eventos que promovam a aglomeração de equídeos sem autorização da instituição são: Araguaína, Pau D’Arco, Bandeirante, Colinas do Tocantins, Babaçulândia, Barra do Ouro, Goiatins, Palmeiras, Ponte Alta do Bom Jesus, Arraias e Aurora do Tocantins.

A Adapec pede também que a população denuncie pelo telefone 0800 063 11 22 o trânsito clandestino de animais, um dos principais fatores que contribui para disseminação da doença.

O que é o mormo?

O mormo é uma doença infectocontagiosa causada por bactéria que acomete principalmente os equídeos, não tem cura, nem existe vacina. Nos equídeos, os principais sintomas são nódulos nas narinas, corrimento purulento, pneumonia, febre e emagrecimento. Existe ainda a forma latente (assintomática) na qual os animais não apresentam sintomas, mas possuem a enfermidade.

Para prevenir a doença, o produtor rural ao adquirir o animal deve exigir a Guia de Trânsito Animal (GTA) acompanhada de exames negativos da doença; participar apenas de aglomerações de equídeos fiscalizadas pela Adapec; evitar que o animal compartilhe bebedouros e comedouros, e em casos de suspeita da doença isolar o animal imediatamente e comunicar a Agência para que ela proceda os exames clínicos e laboratoriais.

Fonte/Foto:Canal Rural/Divulgação