Trup Errante inicia circulação pelos sertões com “Prazer, Shakespeare ou Peças de Bolso”

A Trup Errante, grupo teatral de Petrolina com quase duas décadas de trajetória, dá início à sua primeira circulação pelos sertões de Pernambuco com o espetáculo “Prazer, Shakespeare ou Peças de Bolso”. A turnê passará por seis cidades: Arcoverde, Ingazeira, Exu, Belém do São Francisco, Salgueiro e Lagoa Grande. Apoiada pelo Funcultura, a iniciativa busca fortalecer elos com o interior do estado, conectando histórias e públicos por meio da obra de William Shakespeare.

O espetáculo adapta trechos de clássicos como Sonho de Uma Noite de Verão, Hamlet, Romeu e Julieta, A Megera Domada e Otelo. Comédias e tragédias são reinterpretadas em uma linguagem que dialoga com temas contemporâneos como existencialismo, racismo e feminicídio, utilizando o metateatro para aproximar Shakespeare do público.

A peça apresenta comédias e tragédias, com dezoito personagens que ganham vida pelos atores José Lírio Costa, Rafa Moraes, Raphaela de Paula e Zuleika Bezerra, sob a encenação de Thom Galiano.

Com uma cenografia minimalista e formato compacto, o espetáculo foi planejado para se adaptar a diferentes espaços, garantindo a circulação em contextos diversos. Além das apresentações, a Trup Errante realiza atividades de intercâmbio com artistas e coletivos locais, promovendo trocas culturais e fortalecendo o diálogo entre distintas produções do teatro sertanejo.

Essa circulação concretiza um desejo antigo do grupo: aprofundar relações com as artes cênicas produzidas em outros interiores e sertões. “Mais do que uma turnê, o projeto representa um movimento de conexão com territórios e narrativas que dialogam com a essência do grupo” , afirma Rafa Moraes, uma das integrantes do grupo que além de atuar conduz a produção.

Moraes completa “poder chegar em Arcoverde ou Exu e reencontrar grupos que são referências para a gente como a Tropa do Balacobaco e a Cia Traquejo e sentar para trocar sobre a delícias e dificuldades de ser um grupo do interior é importante para reconhecer nossa potencialidades, poder ir brincar pela primeira vez no terreiro de Odília Nunes no Chama Violeta é uma honra, um sonho a muito desejado pela Trup. E Belém do São Francisco onde ainda não nos apresentamos, estamos ansiosos para conhecer histórias de lá”. Moraes finaliza explicando que haverá uma segunda etapa da circulação pelas cidades de Salgueiro e Lagoa Grande.

O espetáculo contará com a presença de intérprete de Libras, proporcionando acessibilidade e garantindo inclusão e a democratização do acesso à cultura.

A realização dessa circulação é possível graças ao Funcultura Geral 2022/2023, destacando a relevância do incentivo público para iniciativas que expandem o acesso ao teatro e fortalecem a difusão cultural em regiões do interior pernambucano.