As manchas de óleo que atingiram as praias do litoral nordestino vêm causando prejuízos de todas as naturezas nas áreas afetadas: a fauna, a flora, o setor de pesca local e a indústria de turismo. Na Bahia, oito cidades já foram contaminadas pelo óleo. Somente nessa quarta-feira (16), de acordo com a Limpurb, Cerca de 22,6 toneladas do betume foram retiradas nas praias da Boca do Rio, Jardim de Alah, Jardim dos Namorados, Pituba, Amaralina e no Buracão (Rio Vermelho).
Se já não bastassem os danosos impactos ambientais, que para alguns biólogos, talvez seja o maior desastre dessa natureza no Brasil, existem também as consequências de ordem social e econômica. Com a proximidade da alta estação, a possibilidade de o problema afugentar os turistas vem deixando apreensivo o trade turístico.
O secretário municipal de Cultura e Turismo, Claudio Tinoco, se diz extremamente preocupado com o problema e ressalta a necessidade de uma informação mais objetiva, em relação não somente a origem desse material, mas, sobretudo, a dimensão do problema. “No último final de semana nós tivemos cerca de 35kg de petróleo puro sendo retirado das praias de Salvador e nessa quarta-feira, nós acompanhamos toda a presença de mais material betuminoso em praias, sobretudo, na região da Pituba. Por isso mesmo, estamos apontando para a necessidade de uma maior clareza na dimensão e origem do problema. No final de semana passada havia informações de que uma grande mancha de 21m2 estaria a 100 Km da nossa capital”, explica Tinoco.
“Primeiro, nós nos solidarizamos com todas as cidades e praias que estão sendo atingidas no Nordeste brasileiro. Esse impacto é muito comum aos destinos turísticos, que compõem a costa do Nordeste brasileiro e que são muito procurados a partir desse momento, próximo ao verão a até o mês de março. Sobretudo, o turista de lazer que busca as praias do litoral nordestino. Mas eu quero aqui dar uma palavra também de tranquilidade do ponto de vista de preparação que a prefeitura de Salvador mantém para fazer a sua parte. Nossa expectativa final é de que isso passe imediatamente para que a gente possa tranquilizar aqueles que pretendem visitar Salvador”, concluiu o secretário.
O presidente da Salvador Destination, Roberto Duran, explica que é justamente nesse período do ano que se prepara a temporada de verão, ou seja, a temporada do turismo de lazer, de sol e mar. “Não tenha dúvidas que na hora em que as famílias estão tomando a decisão para ver a onda vão passar suas férias de verão e encontram esse tipo de notícia, alardeado por todo o noticiário, é apreensivo para todos que trabalham no trade turístico, principalmente nas zonas afetadas”. Entretanto, Duran se diz otimista sobre a possibilidade de se contornar os danos:
“O empenho das autoridades em identificar o fato causador e tomar as devidas providências, deverão mitigar e conseguir com que não afete de forma crucial o desempenho de toda essa área atingida pela poluição que é o Nordeste brasileiro, inclusive a nossa Bahia e agora chegando a Salvador. Temos que tomar todo o cuidado com isso, mas acredito que serão feitas as devidas medidas para que não aconteça o desgaste e a perda do fluxo de turistas para essas regiões”, justifica.