Uma vacina que está sendo desenvolvida por pesquisadores chineses teve resultados promissores contra a covid-19 em um teste inicial, segundo estudo publicado hoje pela revista The Lancet. Feita com adenovírus recombinante tipo 5 (Ad5), a vacina foi testada em 108 adultos e se mostrou capaz de fazê-los produzir células que combatem o novo coronavírus, além de torná-los imunes a ele.
Os pacientes que participaram deste primeiro teste tinham idade média de 36,3 anos. A maioria (51%) era homem e todos eram saudáveis. Eles foram divididos em três grupos iguais: 36 receberam uma dose baixa da vacina; outros 36, uma dose mediana; e os 36 restantes, uma dose mais alta.
Entre os voluntários que receberam a dose mais baixa, 30 (83%) reportaram pelo menos um efeito colateral nos primeiros sete dias após a aplicação da vacina. Outros 30 (83%) dos que receberam a dose mediana e 27 (75%) dos que foram vacinados com a dose mais alta também relataram pelo menos uma reação.
O efeito mais comum foi dor, relatado por 58 (54%) dos 108 pacientes. Cinquenta (46%) também apresentaram febre; 47 (44%), fadiga; 42 (39%), dor de cabeça; e 18 (17%), dor muscular. A maior parte das reações, ainda segundo o estudo, foram leves ou moderadas. Nenhum efeito colateral grave foi registrado nos 28 dias após a vacinação.
O nível de anticorpos neutralizadores do coronavírus aumentou significativamente no 14º dia, e chegou ao pico no 28º dia. Já a resposta dos linfócitos T, que também agem no combate à doença, chegou ao nível máximo no 14º dia após a vacinação.
Essa diferenciação é importante porque, de acordo com os cientistas, não basta que a vacina seja capaz de fazer o organismo produzir anticorpos contra o coronavírus. Ela também tem que induzir a resposta das células T, que são responsáveis pela defesa contra agentes desconhecidos.
As descobertas são preliminares, mas promissoras, e “sugerem que a vacina contra a covid-19 com vetor Ad5 merece novas investigações”, concluem os cientistas chineses.
Fonte: VivaBem