Veja o que pode mexer com os preços da soja na semana que vem

Impacto da Covid-19 na economia, clima nos Estados Unidos e movimento da demanda chinesa seguem no radar do mercado internacional

A pandemia de Covid-19 permanece com pano de fundo para os mercados mundiais, de acordo com a consultoria Safras. No mercado de soja, os players acompanham também questões fundamentais envolvendo a oferta e a demanda, com destaque para o clima para o desenvolvimento da nova safra dos Estados Unidos e os movimentos da demanda chinesa.

O analista Luiz Fernando Roque detalhes os fatos que podem mexer com o mercado da oleaginosa na próxima semana:

  • O lado financeiro começa a perder um pouco do peso negativo da pandemia, com sinais de que “o pior já passou”. Apesar disso, ainda há incertezas com a retomada da economia mundial, e também com relação a uma possível segunda onda da doença ao redor do mundo;
  • De qualquer maneira, os mercados parecem trabalhar em um ambiente um pouco mais tranquilo, o que também inclui Chicago;
  • Os players olham com atenção para o clima sobre o cinturão produtor norte-americano. O mercado climático começa a ganhar cada vez mais força, e é tradicionalmente marcado por grande volatilidade;
  • A piora nas condições das lavouras norte-americanas na segunda semana de julho trouxe algum fôlego para os contratos futuros em Chicago. Apesar disso, o rompimento da linha de US$ 9 não é tarefa simples, e se o clima e as condições voltarem a melhorar, podemos ter novos ajustes negativos, mesmo que pontuais;
  • No lado da demanda, a China continua aumentando gradativamente suas compras de soja norte-americana. É fundamental que essas compras continuem aumentando, e a tendência é que a partir de agosto/setembro os volumes envolvidos sejam mais relevantes;
  • A demanda pela soja norte-americana é fator decisivo para o mercado nos próximos meses. Sem a ajuda desse fator, não deveremos ver Chicago firmando-se acima da linha de US$ 9;
  • O momento é positivo no lado das tensões, com ausência de notícias negativas. Tudo indica que a China ainda tentará honrar o acordo assinado em janeiro, mas o mercado deve ficar atento ao que acontece nos mares asiáticos, onde a questão geopolítica entre EUA e China começa a chamar a atenção.

Fonte:Canal Rural / Foto:Mauro Osaki/Cepea