O governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) segue desagradando movimentos sociais e sindicais e diferentes setores da sociedade com decisões equivocadas e sem representação. A afirmação é do vereador de Salvador Luiz Carlos Suíca (PT), que não poupou críticas ao governo federal por montar um Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR) sem o peso dos representantes do movimento negro. Suíca diz que é “vergonhoso” o que a gestão atual tem feito no país. Ele frisa que das 19 vagas da sociedade civil no conselho somente sete foram preenchidas e uma delas ficou com uma associação ligada ao movimento negro: a Rede Mulheres Negras do Paraná.
“Esse conselho existe desde o governo do presidente Lula, tem uma representatividade enorme para nós que lutamos diariamente por garantias de direitos e construção de novas políticas públicas em todos os sentidos e em todas as áreas. Mas o presidente Bolsonaro resolveu escolher apenas seis associações que representam judeus, ciganos e indígenas”, descreve o presidente da Comissão de Reparação da Câmara de Salvador. Suíca completa dizendo que “o país tem que continuar a combater racismo, preconceito e discriminação racial para reduzir as desigualdades existentes”.
O edil petista diz que a luta por direitos fundamentais é um dos pontos que estão no cronograma da Comissão de Reparação para debates este ano. Suíca defende que Salvador amplie o desenvolvimento de ações que criem meios de impulsionar a economia, a interação social, além de gerar mais políticas culturais e que isso seja transformado em emprego e renda. “Bolsonaro precisa entender que já avançamos muito para que ele faça uma viagem turva ao passado para descaracterizar a luta do povo negro. Em Salvador, não vamos deixar de levar informação para o povo, não vamos deixar de ouvir os grupos afros, e os movimentos de luta por direitos”, completa.