A vice-prefeita e secretária de Saúde de Salvador, Ana Paula Matos se reuniu com representantes do grupo “Famílias que Lutam por Moradia” do Mosteiro de São Bento da Graça, para discutir o projeto de habitação do Centro Histórico, junto com Tânia Scofield, presidente da Fundação Mário Leal. O encontro teve como objetivo ouvir as pessoas em situação de vulnerabilidade visando construir políticas públicas, além de estudar a viabilidade de incluí-los nos programas da Prefeitura de Salvador.
“A ideia aqui é ouvir e construir juntos. As pessoas em situação de rua têm uma máxima “nada sobre nós sem nós“, então, quando nossa gestão municipal pensa em políticas públicas, seja de habitação, saúde, educacional ou social, a gente senta com os usuários, se reúne e constrói juntos as propostas. O que tiver ao alcance da prefeitura, iremos viabilizar e realizar”, disse a vice-prefeita Ana Paula. A presidente da Fundação Mário Leal, Tânia Scofield explicou que o grupo faz um trabalho com 70 famílias em situação de rua, e uma das grandes demandas que eles têm é a questão da moradia. “Essa pessoas vivem aqui na área do Centro Histórico e Comercio, então eles entendem que a moradia deles devem ser nessa região, por ter uma relação, pertencimento, história e identidade com o local. Vamos avaliar a possibilidade de contemplar parte dele no programa de habitação do Pilar, obedecendo os critérios já estabelecidos. Vamos manter o diálogo e iniciar os estudos, o importante é buscarmos os caminhos conjuntamente”, pontuou.
A coordenadora da Pastoral Nacional do Povo de Rua, Carlita Moraes avaliou como positiva a reunião. “Encontro como esse é o caminho. Sem essas parcerias nada se constrói. A população em situação de vulnerabilidade carece de pessoas que deem sustentação, que possa pensar junto, fazer reflexões e sobretudo escuta-lá. Em todo Brasil a gente ver que o trabalho efetivo só é executado a partir de diálogos com o poder público. Por isso, avalio de forma muito positiva o encontro”.
Christiane Moraes, líder do movimento “Famílias em Luta por Moradia”, ressaltou que “ o grupo assiste pessoas que infelizmente são invisibilizadas, então, encontros como esse, além de criar caminhos, aumentam autoestima e demostram uma sensibidade na escuta. Foi um diálogo super positivo, em que eles puderam ser ouvidos, mostrarem suas necessidades e até apresentarem perspectivas de solução para os seus problemas. Tivemos nossa capacidade de sonho ampliada e forças renovadas para continuarmos essa luta por melhores condições de vida. Sabemos que não vai ser do dia para noite, mas senti no projeto que a prefeitura está focada em buscar soluções que ofereçam qualidade de vida para as pessoas em vulnerabilidade do centro histórico”, finalizou.
Também participaram da reunião, Dom Abade, representantes da Uneb, Pastoral do Povo de Rua e Pastoral Operária e membros do movimento “Famílias que Lutam por Moradia”.